segunda-feira, 11 de maio de 2015

Horta e árvores de fruto - marmelada, geleias e doces

Há alguns anos os meus tios foram viver para uma aldeia na beira da serra, onde o tio Z empresário inveterado trabalha, apesar dos seus 87 anos.
Com terrenos disponíveis para explorar criaram um pequeno pomar com várias árvores de frutos. Os meus preferidos são as cerejas, os figos e os alperces.
Ainda pensaram plantar um olival mas o preço da mão de obra na apanha das azeitonas não compensava numa pequena produção artesanal e desmotivou-os. Têm apenas duas oliveiras e apanham as azeitonas para petiscar bem temperadas.



Também já criaram porcos mas juraram para nunca mais. Deu muito trabalho, despesa e sujeira.
Agora só têm galinhas e patos.



Os patos vivem felizes num lago enorme, as galinhas estão numa boa capoeira.
As galinhas dão ovos e de vez em quando lá vai uma parar à panela. Os patos também e a minha tia G faz o melhor arroz de pato na opinião de toda a família.
Nesta altura do ano é quando elas põem mais ovos, tantos que para os aproveitar andamos a fazer bolos de empreitada para congelar. Fiquem sabendo que há muitos bolos que não perdem nada, antes pelo contrário, ao serem congelados. 
Em redor da casa há rosas, hortênsias, muitas flores e ainda uma horta onde tudo tem um sabor incomparável aos produtos comprados. Até custa a acreditar como a salsa, a hortelã e os coentros, por exemplo, têm uma fantástica intensidade de cheiro e sabor quando são colhidos, já para não falar nos grelos, couves, tomates, enfim tudo o que a terra dá. Só quem tem a sorte de ter acesso directo a estes produtos sabe a real diferença.



Também têm marmeleiros, um fruto que fresco não é muito apreciado portanto é práticamente todo convertido em geleia de marmelo e marmelada.
Aliás, sazonalmente é preciso converter grande parte da fruta em doces e compotas, secar figos e pendurar cachos de uvas para fazer passas.



A tia G também costuma fazer doce de tomate, que eu adoro. Ainda me lembro de umas gravações de som em bobines de fita que o meu pai fez na minha infância e ouvir enternecida a minha vozinha dizer _ Maía do Xéu, qué doxinho encanado. _ quando tinha 2 anos eu falava axim...
No inverno, quando apanhamos laranjas com casca mais grossa aproveitamos para a cristalizar em tirinhas que depois se guardam no congelador para não secarem. Servem para o bolo inglês, bolo rei e também para devorar distraidamente...
Tenho de lhes pedir para voltarem a semear abóbora gila para fazermos doce muito melhor do que há por aí à venda. É difícil encontrar algum que não seja demasiado líquido e com os fios característicos da gila e isso reflecte-se na qualidade dos doces e bolos conventuais que se preparam com este doce.
Há imensos pinheiros bravos porém só havia um pinheiro manso perto da casa mas no ano passado teve de ser cortado porque estava tão grande, tão grande que as suas raízes já ameaçavam causar sérios danos nas construções. Acabou-se assim a árdua tarefa de colher e extrair o miolo dos pinhões.

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