terça-feira, 28 de abril de 2015

Ballet e sobremesas delicadas

Anna Pavlova, bailarina russa famosa que fez uma turné pela Austrália e Nova Zelândia nos anos 20 do século passado, inspirou nessa ocasião a criação uma sobremesa leve e fresca, captando a sua graciosidade no ballet.



Na sua biografia aparece uma referência ao chef de um hotel em Wellington, Nova Zelândia, como criador de um bolo quando a bailarina ali se hospedou em 1926 durante a sua turné, mas talvez não tenha sido a sobremesa que hoje conhecemos como Pavlova pois de acordo com alguns registos esta era uma gelatina rosada,
Helen Leach, antropóloga gastronómica que compilou recentemente um livro com 667 receitas de pavlovas, refere que a primeira receita que reúne tanto os ingredientes como o nome, foi encontrada na revista rural New Zealand Rural Magazine de 1929.
Apesar de na Austrália a primeira publicação de uma receita do bolo Pavlova remontar apenas a 1935, os australianos continuam a reclamar a sua autoria e foi o chef Bert Sachse do Esplanade Hotel em Perth que desenvolveu a sua receita e a divulgou tornando o bolo Pavlova conhecido mundialmente.
Controvérsias à parte, um facto é que é uma sobremesa muito popular e importante em ambos os países onde actualmente é conhecida pelo diminutivo afectuoso de Pav.


Só há alguns anos descobri este bolo, por acaso, num programa televisivo australiano, e fui logo pesquisar receitas e métodos de confecção porque me pareceu deveras delicioso.
Ao contrário das freiras que usavam as claras dos ovos para engomar os hábitos e criaram a doçaria conventual precisamente para aproveitar as gemas que sobravam, as doçeiras de hoje ao fazer a maior parte dos doces tradicionais da pastelaria portuguesa precisam de arranjar alternativas aos Pudins de Claras, Molotofs e Farófias para bem aproveitar as claras sobejantes.
O Suspiros são uma boa alternativa, os Merengues nas Tartes e mesmos os Marshmallows também mas as Pavlovas são excelentes e ainda possibilitam ser criativa e experimentar muitos sabores nas coberturas.
A mais tradicional é com natas batidas e frutos vermelhos,



Nesta usei as gemas dos ovos para fazer uma cobertura de Doce de Ovos com Pralina de amêndoas e nozes.



Desta vez utilizei iogurte grego em vez de natas batidas e cobri com uma salada de frutas tropicais. 

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